Uma nova fábrica de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, chamada Wolbitos, está em construção no Paraná para combater dengue, chikungunya e Zika. Localizada em Curitiba, a biofábrica, que será a maior do mundo, já está com 35% das obras concluídas e deve começar a operar em 2025.
O projeto foi atualizado durante um evento no Tecpar, em Curitiba, que marcou os dez anos do Método Wolbachia no Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde, o Ministério da Saúde, a Fiocruz e representantes de municípios beneficiados participaram. Instalada no Parque Tecnológico da Saúde e administrada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná em parceria com o World Mosquito Program, a fábrica produzirá cerca de 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, com prioridade para municípios de alto risco.
A estimativa é que, em 10 anos, o método beneficie cerca de 140 milhões de brasileiros. A Wolbachia é uma bactéria presente em aproximadamente 60% dos insetos no mundo. Em laboratório, os pesquisadores conseguiram introduzir esta bactéria dentro dos ovos de Aedes aegypti.
Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, estes vírus não se desenvolvem bem, reduzindo a sua transmissão. De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Lucia Belmonte, os resultados são promissores.
No Paraná, desde que as biofábricas para soltura inauguraram, em julho, já foram soltos cerca de 13 milhões de Wolbitos em Londrina e 7 milhões em Foz do Iguaçu. Para a coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Livia Vinhal, o momento da implantação da metodologia é oportuno.
Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, esses dez anos desenvolvendo o projeto trouxeram resultados significativos de redução do mosquito transmissor.
Desenvolvido na Austrália, o método é usado no Brasil porque, desde 2014, o país é um dos 14 que compõem o Programa Mundial de Mosquitos. A iniciativa internacional é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
Fonte AEN.