Cientistas da UFPR (Universidade Federal do Paraná) desenvolveram um repelente químico capaz de confundir e afastar os mosquitos Aedes aegypti, que transmitem para os humanos doenças como dengue, zika e febre chikungunya.
A estratégia inovadora leva em consideração a evolução do inseto. As fêmeas são especializadas em detectar o sangue por meio de rececptores nas antenas e palps maxilares.
Pesquisadores do Departamento de Química da UFPR desenvolveram uma molécula de ácido lático modificado que bloqueia temporariamente os receptores do inseto. Assim, o impede de seguir as pistas químicas do sangue e atua como repelente.
“Dessa forma eu consigo ‘despistar’ o mosquito”, explica o professor Francisco de Assis Marques, do Laboratório de Ecologia Química e Síntese de Produtos Naturais (Lecosin) da UFPR.
A descoberta de novos repelentes de mosquitos é fator relevante dos últimos sete anos, quando a ciência constatou que um dos compostos químicos mais usados, o DEET, tem registrado queda de eficácia pela adaptação do Aedes aegypti a ele.
Desta forma, a molécula testada pelos cientistas da UFPR significa a criação, em nível mundial, de uma quarta estrutura química com efeito de repelência ao mosquito.
A molécula do repelente foi desenvolvida no âmbito de um projeto formado por universidades estaduais e federais paranaenses sob coordenação da UFPR.
O grupo foi criado em 2016, depois da aprovação em uma chamada pública do Ministério da Saúde com foco na prevenção e o combate ao vírus da zika. Desde então, continua investigando outras tecnologias relacionadas ao combate das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Fonte Paraná Portal