O Novembro Azul começou com uma campanha de conscientização sobre o câncer de próstata. Inspirado pelo Outubro Rosa, que traz campanhas voltadas fortemente ao público feminino para falar de um tipo de câncer que atinge principalmente este gênero, o mês seguinte se tornou o mês para lembrar aos homens que também devem estar atentos aos riscos do câncer, em especial o de próstata.

No entanto, como tradicionalmente os homens cuidam menos da saúde e procuram atendimento médico apenas muito tempo depois de aparecerem os primeiros sintomas, as campanhas ganharam uma roupagem mais abrangente, falando sobre a importância de um cuidado integral de saúde, com check-ups periódicos e atitude preventiva.

O urologista Ari Adamy Junior considera que, se o homem não sabe a razão de buscar atendimento médico preventivo, a tendência de fazer esse movimento é muito menor. Para se ter uma ideia, a estimativa é que 65mil novos casos de câncer de próstata sejam diagnosticados no Brasil a cada ano. O diagnóstico precoce traz uma chance de cura de 90%. Por isso, o médico diz que são importantes as campanhas de conscientização. “Quando você orienta que é uma doença comum, que normalmente não têm sintomas, mas quando diagnosticado precocemente, tem mais chance de cura, isso faz com que as pessoas passem a entender um pouquinho melhor a razão e a importância de ter esse cuidado e que procurem um médico”, avalia.

O papel corporativo

E é justamente nesse ponto que as empresas podem atuar com ações de esclarecimento. Para o médico, elas devem assumir um papel de promover  informação, “tentando passar para seus funcionários a importância desse cuidado com a saúde de uma maneira geral porque isso faz com que as pessoas vivam mais e vivam melhor. A informação acaba sendo fundamental”, pontua.

Além dessa conversa com o público interno, o advogado trabalhista Fabio Peres lembra que algumas empresas de maior porte podem atuar em campanhas que se estendem à comunidades próximas ou a toda sociedade. “Além de campanhas no rádio, na tv ou internet, as empresas podem pagar exames para comunidades carentes, e financiamento de pesquisas que ajudem a combater o câncer de próstata e outras doenças”, sugere. 

Começar pelo básico todos os dias

O doutor Adamy reforça que novembro é um mês de conscientização, mas os cuidados devem se estender para o ano todo. E evitar este e outros tipos de doenças não é nenhum bicho-de-sete-cabeças.

Uma mudança de hábitos simples pode ter um resultado muito significativo na saúde geral e também na prevenção de doenças graves. “Uma saúde melhor passa muito por uma alimentação adequada, a prática de atividade física e por essa conscientização de se cuidar e prevenir essas doenças”, reforça.

Já as empresas têm obrigação, inclusive determinada pela legislação, de proporcionar um ambiente de trabalho saudável e seguro. É o caso de pausas e ginástica laboral em locais de trabalho repetitivo e da responsabilidade pela ergonomia dos equipamentos, mesas e cadeiras, utilizados pelos funcionários.

Além disso, Peres indica que empresas que desenvolvem programas de incentivo à qualidade de vida percebem ainda outros resultados:

Produtividade: Pesquisas demonstram o impacto positivo nesse campo, um dos mais importantes em qualquer empresa.

Clima organizacional: O ambiente de trabalho fica mais leve, pessoas ficam motivadas a desenvolver suas atividades de forma mais prazerosa e alegre.

Captação de Talentos: Empresas têm alto custo, e não apenas financeiros para captar e reter talentos por conta da alta rotatividade de mão de obra. Estes programas podem motivar as pessoas a se manterem por mais tempo na corporação.

Prevenção à doenças e acidentes de trabalho: Diminuição de afastamentos, custos com seguro, reclamatórias trabalhistas e preservação da saúde física e mental dos trabalhadores.

Segundo o advogado, investir em saúde laboral e na qualidade de vida traz vantagens para os funcionários, para a empresa e para a sociedade. Uma relação que beneficia todas as pontas.

Fonte - AERP