Acombinação heteróloga, ou seja, de vacinas Covid-19 diferentes é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço. Esse é o resultado da pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford, encomendada pelo Ministério da Saúde, apresentado ainda na sexta-feira (17).
Estudo do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de Oxford foi publicado na revista científica The Lancet mostra que, 28 dias após a dose de reforço, a vacina de RNA mensageiro, da Pfizer, aumenta em cerca de 152 vezes a produção de anticorpos, que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células.
Um estudo do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de Oxford foi publicado na revista científica The Lancet.
A publicação inglesa mostrou que a combinação de diferentes vacinas contra a Covid-19 , após a vacinação com a Coronavac, é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço.
A pesquisa mostrou que, 28 dias após a dose de reforço, a vacina de RNA mensageiro, da Pfizer, aumenta em cerca de 152 vezes a produção de anticorpos, que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células. Essa elevação foi cerca de 90 vezes maior com a Astrazeneca e de 77 vezes com a Janssen. Com o reforço realizado com a própria Coronavac, o resultado é de 12 vezes a mais.
A pesquisa norteou as políticas públicas conduzidas pelo ministério da saúde para o enfrentamento à pandemia e campanha de vacinação.
O Ministério da Saúde orienta que a dose de reforço seja aplicada preferencialmente com a Pfizer, ou, de maneira alternativa, vacinas de vetor viral como a Janssen ou AstraZeneca.
No Brasil, 1.240 voluntários participaram do estudo em São Paulo e Salvador, dos quais 1.205 permaneceram na pesquisa até a análise final.
O estudo foi apresentado pela pesquisadora e professora da Universidade de Oxford, Sue Ann Clemens. O resultado reafirma a estratégia usada pelo Ministério da Saúde, que recomenda a vacina da Pfizer como dose de reforço, independentemente do imunizante utilizado no esquema primário. A orientação é que o reforço seja aplicado nos brasileiros acima de 18 anos, cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. Mais de 17 milhões de brasileiros já estão com a imunidade reforçada.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou a importância da vacinação e os reflexos da campanha no cenário epidemiológico brasileiro. “Em saúde pública é muito importante observar os resultados. [...] As políticas públicas conduzidas e orientadas pelo Ministério da Saúde resultaram em uma queda expressiva dessa média móvel de óbitos. É por isso que mais uma vez eu peço ao povo brasileiro que confie no Ministério da Saúde porque nós aqui tomamos as melhores decisões e essas decisões devem ser refletidas na ponta, nos 5.570 municípios dessa grande nação que é o Brasil”, afirmou.
A pesquisa avaliou pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac, produzida com vírus inativo, e a efetividade do imunizante seis meses após a conclusão do esquema vacinal. Para a dose de reforço, foi analisado o esquema heterólogo, ou seja, a combinação de vacinas de plataformas diferentes. O estudo foi conduzido com quatro grupos diferentes de pessoas, que receberam os quatro imunizantes disponíveis pelo PNI.
"As vacinas da Astrazeneca, Janssen e Pfizer induziram a formação de anticorpos neutralizantes em adultos e idosos. A Coronavac induziu a formação de anticorpos em adultos e em apenas dois terços dos idosos. Traduzindo em números: a Coronavac aumentou em 7 vezes os anticorpos neutralizantes; a Janssen em 61 vezes; a Astrazeneca aumentou em 85 vezes; e a Pfizer aumentou em 175 vezes. O reforço com a plataforma heteróloga realmente suscita uma maior resposta imune”, afirmou a pesquisadora.
Clements também ressaltou a importância da vacinação para frear possíveis casos de novas variantes da Covid-19. "Até o momento o Brasil se encontra preparado para enfrentar uma possível entrada da Ômicron, é bastante importante que as pessoas se conscientizem e busquem a sua segunda dose e a sua dose de reforço porque como já se mostrou, é necessário um reforço para evitar realmente o escape em relação a Ômicron”, finalizou.
Fonte: Rede Nacional de Rádio Brasilia