“Ali onde está aquela terra” é a referência usada pela operária Priscila Neves para apontar o lugar onde ficava a casa onde os pais viviam há 38 anos no Morro da Oficina. Ela busca informações sobre os dois desde o desabamento da residência do casal no temporal que atingiu a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na terça-feira (15).
“Esperando o resgate para ver se achamos com vida ou, pelo menos, achamos o corpo, para a gente ficar em paz”, afirmou Priscila.
Segundo a moradora, até então todos acreditavam que o local era seguro. Mesmo diante da tragédia de ver vizinhos e conhecidos sendo retirados dos escombros, Priscila, os irmãos, primos e vizinhos não param de trabalhar na esperança de encontrar alguém com vida.
Ela diz que o que a move é a esperança e que tem estado com a “cabeça a mil”, mas que não pode parar.
“É tudo muito misturado. Pois ao mesmo tempo que você vê pessoas saindo mortas, aí você acha que não vai ter como achar seus pais vivos. Mas você quer. E, pelo menos, você quer achar o corpo para saber que você resgatou e fazer um funeral para eles”, finalizou Priscila.