'ALI ONDE ESTÁ AQUELA TERRA': MULHER PROCURA PAIS EM CASA SOTERRADA

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'ALI ONDE ESTÁ AQUELA TERRA': MULHER PROCURA PAIS EM CASA SOTERRADA

Priscila Neves e os irmãos trabalham em busca dos pais e de vizinhos em um dos lugares mais atingidos pelo temporal em Petrópolis.


Brasil


 “Ali onde está aquela terra” é a referência usada pela operária Priscila Neves para apontar o lugar onde ficava a casa onde os pais viviam há 38 anos no Morro da Oficina. Ela busca informações sobre os dois desde o desabamento da residência do casal no temporal que atingiu a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na terça-feira (15).

 “Esperando o resgate para ver se achamos com vida ou, pelo menos, achamos o corpo, para a gente ficar em paz”, afirmou Priscila.

 Segundo a moradora, até então todos acreditavam que o local era seguro. Mesmo diante da tragédia de ver vizinhos e conhecidos sendo retirados dos escombros, Priscila, os irmãos, primos e vizinhos não param de trabalhar na esperança de encontrar alguém com vida.

 Ela diz que o que a move é a esperança e que tem estado com a “cabeça a mil”, mas que não pode parar.

 “É tudo muito misturado. Pois ao mesmo tempo que você vê pessoas saindo mortas, aí você acha que não vai ter como achar seus pais vivos. Mas você quer. E, pelo menos, você quer achar o corpo para saber que você resgatou e fazer um funeral para eles”, finalizou Priscila.

 O número de mortos em Petrópolis após a tempestade de terça (15) chegou a 105 até as 13h25 desta quinta-feira (17). Dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens. Desses, 13 são menores. Ao todo, 33 corpos foram identificados.

Priscila Neves observa a devastação no Morro da Oficina, uma das áreas mais atingidas pelo temporal em Petrópolis — Foto: Marcos Serra Lima/ g1
 

17/02/2022
13:23
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